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Me dar o devido valor

  • Gatto Publicità
  • 27 de mar.
  • 3 min de leitura

Hoje foi um daqueles dias em que precisei trocar a musculação e o lazer por trabalho. E, sinceramente, não gosto desses dias. Normalmente esses dias são acompanhados por noites mal dormidas, pois passo muito tempo na frente da tela e, consequentemente, um próximo dia com enxaqueca ou baixa disposição.


E porque trabalhar até tarde foi necessário? Porque nem sempre as situações estão sob nosso controle. Minha agenda estava organizada para que desse tempo de operar todas as áreas que são a minha função na empresa, mas surgiram diversos compromissos que bagunçaram todos os meus horários e tive que compensar em algum momento.


Eu deveria já estar dormindo nesse momento, para tentar ter um dia tranquilo amanhã, porém muitos fatores se uniram contra esse objetivo. Ficar na frente da tela até tarde já é um problema que afeta muito meu sono e para ajudar, jantei tarde e sofro de refluxo.


Mas, tenho certeza que o que mais tirou meu sono hoje foi uma situação inusitada que aconteceu durante uma reunião. Sabe quando uma pessoa te faz um questionamento ou um pedido extremamente desnecessário e te deixa constrangido? Eu ouvi uma pergunta dessas e, como ainda não desenvolvi certas áreas da minha autoconfiança, perdi toda minha base e não organizei a situação como deveria.


Essa situação está remoendo dentro da minha cabeça, indo e vindo, sendo repassada diversas vezes. Eu estou me sentindo triste e magoada por ter passado por isso com um cliente que tenho alta consideração e nunca imaginei que pudesse acontecer nada parecido.


Não vou tornar público qual foi a pergunta, nem sobre o que se trata, mas estou arrependida de todas as respostas que dei no momento e principalmente da postura que tive. Quando me sinto constrangida, não consigo ser firme aos meus ideais, ao o que eu acredito ser certo e justo. E o que acontece?


Acabo falando sem pensar muito bem na resposta ou tentando aliviar a situação da melhor forma possível, evitando o máximo possível um atrito. E depois essa minha atitude me atormenta por dias, meses ou anos…


Tenho certeza que esse cliente em questão esqueceu a pergunta e seguiu em frente cinco minutos após o assunto ter sido encerrado e é muito difícil algo parecido tornar-se pauta novamente.


O que me leva a me questionar porque para mim é algo tão forte e difícil de lidar. Porque está tirando meu sono? Porque é tão importante o fato de não conseguir desenvolver a melhor resposta no momento? Pois, é óbvio que horas depois, com muito tempo para pensar em todas as possibilidades, as respostas tornam-se melhores ou até perfeitas.


E claro, caso aconteça algo parecido novamente em outra situação com outra empresa, eu já teria essa experiência para me embasar e não ter porque me arrepender de alguma resposta ou postura.


Alguns dias atrás, estava conversando com meu namorado sobre eu ter uma grande dificuldade de me posicionar e enfrentar as pessoas. Na minha cabeça, eu estou certa dos meus valores e do que eu deveria fazer ou responder. Mas, quando a prova está na minha frente e eu preciso ter essa postura firme e decidida, eu acabo cedendo.


Em muitas situações que eu me senti extremamente constrangida ou coagida, minha reação foi não reagir. Minha resposta foi não responder. Minha postura foi me encolher até quase sumir. Minha fala foi genérica, trêmula e sem convicção.


Preciso entender qual calo está apertando para poder mudar isso em mim. Qual vivência da minha infância está me impedindo de me posicionar? Qual aspecto da minha criança interior entra em cena quando preciso mostrar minhas capacidades e vencer um constrangimento? Qual trauma me impede de agir como eu gostaria nessas situações?


Por sorte, esse assunto pode ser pauta de uma conversa com a minha psicóloga na próxima sessão. E se tudo der certo, daqui alguns anos, quando qualquer pessoa me tratar de uma maneira que não considero correta, eu poderei me posicionar e enfrentar a situação com uma postura firme e educada. Em vez de baixar a cabeça, gaguejar e, muitas vezes, ceder para não enfrentar o que está na minha frente.


As provas da vida são cíclicas, conforme não aprendemos o que precisamos, ela volta e volta e volta… Talvez eu não tenha aprendido ainda como me dar o devido valor, mas aprendi que não adianta continuar agindo com medo para depois passar dias sem dormir, desmotivada e triste comigo mesma.


Eu mereço respeito, eu mereço dignidade e eu mereço ser bem tratada. Pelos outros, e por mim mesma.


 
 
 

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