“Você aprende com a dor, o que não conseguiu aprender com o amor”
- Gatto Publicità
- 25 de jan.
- 3 min de leitura
Somos guiados diariamente pelas nossas emoções e viciados pelas sensações que as ações trazem para a nossa vida. Desde a calmaria de ler um livro enquanto toma um chá pela manhã, até a explosão de sensações diferentes ao conhecer pessoas novas.
Essa dominância das emoções em nossa vida faz com que raramente levemos em conta orientações recebidas por base da vivência de outras pessoas. Precisaremos viver nós mesmos, doer ou deixar de doer em nós mesmos, para chegarmos na mesma conclusão enquanto estivermos prontos para isso.
Não digo que essa sobreposição da emoção acima da razão seja o jeito certo de agir como ser humano, mas sim que é a maneira em que a sociedade globalizada e líquida foi ensinada nas últimas décadas. Uma busca incessante por viver variadas emoções e menos equilíbrio em também ter maturidade, respeito a si mesmo e consciência sobre a vida.
Desenvolver dignidade e amor próprio não é uma prioridade, pois, trabalhar essas virtudes implica em racionalizar as situações e saber dizer não. Dizer não para outras pessoas (ou para si mesmo) gera conflitos e conflitos geram sensações ruins. As pessoas não querem mais apreciar momentos que são considerados ruins, mesmo que seja necessário para vivenciar os ótimos.
Muitas vezes já tentei orientar pessoas a não passarem pelos mesmos caminhos obscuros que já passei. Ou a não cometerem o mesmo erro que cometi. Mas, em todas as vezes, as pessoas fizeram exatamente como eu fiz e alcançaram o mesmo final, normalmente que implica dor.
Hoje em dia, ainda sinto um impulso de conversar com as pessoas para dizer “ei, que tal esse outro caminho?”. Mas, percebo que tentar dialogar com quem está seguindo a emoção do momento, serve apenas para dali um tempo você ser a pessoa que diz “eu te avisei”. E sinceramente? Não tenho interesse em ser a pessoa do “eu te avisei” para ninguém.
Minhas dores, traumas e cicatrizes contribuíram para a minha dignidade e amor próprio. A certeza que não quero mais viver momentos tão difíceis que me tiraram daquela trilha baseada em pequenas e fortes sensações para me mostrar a serenidade de viver uma vida com sentimentos.
Isso não quer dizer que não haverá dias ruins ou decisões erradas, só que elas vão doer menos, porque o buraco não vai ser tão profundo. Quando “pulamos de cabeça” - seja para experimentar uma ideia, um momento, uma escolha - o risco de bater a cabeça no fundo da piscina é maior do que mergulhar devagar e aos poucos. Quando mergulhamos com controle do que estamos fazendo, assim que começamos a perceber que a água está muito fria ou que está perigoso, é mais fácil voltar à superfície e sair dela.
Temos um instinto de mostrar como é a luz fora da caverna para as pessoas que convivemos. Porém, muitas vezes nem sabemos como orientar! Somos ríspidos/estúpidos ou tentamos se vangloriar por já termos tal experiência. Quando a pessoa que queremos o bem insiste em tomar um caminho que consideramos que não será uma boa experiência, podemos até chegar no desespero de humilhá-lá ou castigá-la por isso. Achando que assim a pessoa tomará consciência e mudará a trilha.
Na minha breve experiência de vida, chegando perto do marco de 3 décadas, já compreendo que não é a minha missão salvar as pessoas de sua própria mente. A minha missão é tentar de uma maneira lúdica e tranquila, dar opções. Cada um está na sua etapa evolutiva e precisa passar por suas provas de amor e de dor.
Não gostamos de ver pessoas sofrendo, cada vez mais próxima e mais estima temos por alguém, menos queremos que a pessoa sinta as alfinetadas da vida. Porém, é necessário. A dor existe. “Você aprende com a dor, o que não conseguiu aprender com o amor”.
A vida é áspera, mas é bonita! Caía 1000 vezes, mas lembre-se de levantar 1001. E se possível, medite todos os dias em busca do seu amor próprio e sua dignidade.
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